
"A tão portuguesa palavra Saudade foi eleita a palavra do ano em 2020, batendo palavras como “Covid-19”, “Pandemia”, “Confinamento”, ou “Zaragatoa”, mas a verdade é que - se no domínio do léxico ela saiu vencedora - na vida real, a pandemia acabou por derrotá-la. Tudo, muito por culpa da vontade incomportável que muitas pessoas tiveram de matar saudades."
Um pouco por todo o lado, este sentimento começou a alojar-se em nós. Ganhou espaço na nossa imaginação e, por aqui e por ali , víamos os sintomas desse saudosismo a manifestar-se.
Neste momento, não há quem não sinta saudades de algo ou de alguém. Todos sentimos saudades. Saudades de respirar ar puro, de dar um abraço apertado aos nossos pais, ou de ir a um café para pôr a conversa em dia com amigos. Sentir saudades é algo natural, principalmente quando estamos (ou deveríamos estar) distantes um dos outros, já matar saudades, é condenável, porque - nos tempos que correm - pode implicar a morte de pessoas.
Foi assim que chegámos a esta mensagem de sensibilização "matar saudades pode matar pessoas”. Visualmente a ideia não têm floreados, porque o tempo, a bem dizer, também não está para floreados. É simples e incisiva. A mensagem, essa, surge sobre um fundo preto, sem cores estridentes, precisamente porque o foco está numa sensibilização que urge.
As letras da palavra “Saudade” - inicialmente afastadas e por desvendar - aproximam-se umas das outras, numa analogia ao aproximar e relaxar de comportamentos que os portugueses tiveram nas últimas semanas.
Após um ajuntamento das letras, a palavra desaparece e surge aos poucos “Pessoas”, o que faz com que até onde então estava “Matar saudades”, apareça “matar pessoas”. Por fim, cada uma das letras da palavra “Pessoas” vai desvanecendo, como simbolismo para as pessoas que, em consequência da proximidade, correm o risco de desaparecer.
Estaremos todos nós a morrer de saudades? Sim, estamos. Mas morrer de saudades (ao contrário de Covid) não mata. Só mói. Nós temos de aguentar, e vamos aguentar. Podemos ter saudades. Podemos morrer de saudades. Não podemos é matar saudades. Porque isso, claro está, pode matar pessoas."
Esta é a campanha de sensibilização da dupla Pedro Almeida (Designer Digital) e Duarte Cunha (Copywriter) da Bang Bang Agency
Fiquem em casa.
Fiquem em Segurança.
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